Na última quinta-feira (9), durante o evento de lançamento do novo Tiguan Allspace R-Line, que aconteceu na rede de concessionárias da marca em todo o País, a Volkswagen recebeu 1.209 pedidos em apenas três horas, esgotando o primeiro lote disponibilizado. Eu fui até a Carbel, em Belo Horizonte (MG), para conhecer o modelo.
Vendido apenas numa versão, R-Line, o modelo tem preço inicial sugerido de R$ 278.990, trazendo apenas um opcional: teto solar, que custa R$ 10.000. A rede de concessionárias já iniciou a abertura de pedidos para o próximo lote de unidades do modelo, previsto para o início de 2024.
“O Tiguan sempre foi um carro marcante para a Volkswagen, abrindo as portas para um segmento que somos líderes de mercado hoje. O resultado do nosso evento de inauguração só confirma a paixão que os brasileiros têm pelo carro e como é fundamental contar com o nosso SUV de sete lugares no line-up da marca”, comenta Fernando Silva, Diretor de Vendas da Volkswagen do Brasil.
Reestilizado
O novo Tiguan, na verdade, recebeu uma reestilização visual, novos equipamentos e mudanças no conjunto mecânico. Mas trata-se da atual geração, vendida por aqui desde 2018. Nova geração, otimista, só a partir de 2025.
História do Tiguan
Em 15 anos de história no Brasil, o Tiguan emplacou mais de de 60 mil unidades até hoje. Sua primeira aparição por aqui aconteceu em 2008. Ele vinha equipado de série com o propulsor EA888 2.0 TSI, sistema de tração 4MOTION e diversos itens de segurança, como controle de tração e estabilidade, ABS, Hydraulic Brake Assist e seis airbags.
Em 2018, a segunda geração, agora produzido na fábrica de Puebla, no México, trouxe a esperada terceira fileira de bancos, ganhando o sobrenome Allspace.
Agora, para 2023, o maior SUV da Volkswagen chega com mudanças importantes.
Piora na tração e perda no motor
A pior delas é a perda da tração integral nas quatro rodas 4MOTION, um dos principais diferenciais do modelo.
Além disso, mesmo na versão R-Line, dita esportiva, o motor EA888, 2.0 16V turbo, de quatro cilindros, perdeu potência e torque: agora são 186 cv e 30,6 mkgf (ante 220 cv e 35,7 mkgf). Ou seja, deixou de ser 350 TSI e virou 300 TSI.
A redução é explicada porque a Volks precisou enquadrar seu SUV nas novas (e corretas) regras de emissão de gases em vigor no Brasil.
A única opção de câmbio é o ótimo automático de oito marchas, que deveria ser de série também no Taos.
Além de poluir menos, a expectativa agora é da bem-vinda melhoria no consumo de gasolina (modelo ainda não é flex).
Visual dianteiro e traseiro
Por outro lado, dianteira recebeu linhas atualizadas, com as tomadas de ar maiores e detalhes em preto brilhante e cromado (algo que não gosto). Os novos faróis IQ.Light Matrix estão interligados pela assinatura noturna em LED, que se estende por toda a grade exclusiva cromada (como no Taos), com o emblema da linha “R”.
Na traseira, a parte inferior do para-choque traz novas ponteiras de escape, detalhes em preto brilhante – seguindo a linha da dianteira -, e as novas lanternas em LED com assinatura exclusiva.
Rodas
As inéditas rodas de 19″, com detalhes diamantados, estão calçadas em pneus de medida 235/50. Pena que pneus e rodas desse tamanho, embora maravilhosas, não sejam o ideal para as esburacadas ruas brasileiras, nem para rodar com eficiência na terra.
Segurança
Os itens de segurança se destacam no Tiguan, principalmente com a chegada do inédito Travel Assist. Trata-se do sistema semiautônomo (nível 2) que combina os sistema de Lane Assist e controle de cruzeiro adaptativo com função Stop&Go (ACC), sendo capaz de assumir os controles longitudinal e lateral do carro.
Na rodagem em estrada, por exemplo, o sistema mantém o veículo centralizado na faixa, oferecendo mais conforto para quem está atrás do volante.
Mais segurança
O SUV também conta com controles de estabilidade e tração, sensor de chuva, sensores de estacionamento traseiro e dianteiro, câmera traseira, seis airbags, abertura e fechamento automático do porta-malas, assistente de mudança de faixa, retrovisor interno com antiofuscamento automático e sistema Isofix.
Equipamentos
O Tiguan Allspace R-Line tem ainda a central VW Play, com 8″, com Apple CarPlay e Android Auto. Outro destaque é o painel de instrumentos digital Active Info Display, com 10,25″, que traz várias informações importantes do veículo e permite uma série de personalizações.
Destaco ainda o carregador sem fio para dispositivos compatíveis no console central, o aquecimento dos bancos dianteiros e ar-condicionado digital de 3 zonas (duas na dianteira e uma na traseira, na segunda fileira de bancos), com botões touch, que não gosto.
Espaço
O espaço interno continua muito bom, mesmo com o teto-solar, que atrapalha bastante a vida dos mais altos. O banco traseiro tem um trilho, que funciona de forma bipartida, e permite equilibrar melhor o espaço entre a segunda e a terceira fileira de bancos.
O porta-malas surpreendeu, mesmo na configuração de sete lugares. Levando cinco pessoas, são 686 litros. Fazendo o “truque” do vídeo abaixo, o volume (216 l) é superior ao do Fiat Mobi (215 l).
SUVWs no mercado
O portfólio de SUVWs agora está completo: Nivus, T-Cross, Taos, Tiguan e ID.4 (elétrico).
Em 2023, Nivus, T-Cross e Taos foram responsáveis por mais de 115 mil emplacamentos, segundo dados da Fenabrave. T-Cross foi o responsável por quase 60 mil unidades, enquanto o caro irmão menor, Nivus, conseguiu emplacar cerca de 42 mil vendas no período.
Resumo da obra
Gostei da evolução do Tiguan Allspace, mas esperava mais, especialmente sendo versão R-Line “esportiva”. Perder potência, torque e a tração 4×4 foi um balde de água fria. Mas, só mesmo trocando o motor para ele ganhar força e poluir menos.
Ainda assim, o valor, o conjunto motriz confiável e os equipamentos de série manterão o modelo bem competitivo no mercado. O preço só não pode subir para não matar a relação custo/benefício do modelo. Se isso acontecer, que seja pela volta do 4MOTION.
Fechando, fico agora na expectativa da chegada da novíssima geração do Tiguan e da aguardada configuração híbrida.
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Fonte: De Zero a Cem